No mês de agosto de 2022, os brasileiros receberam uma ótima notícia sobre o aumento da matriz energética de origem solar. De uma forma muito consistente e estrategicamente planejada, a energia solar fotovoltaica cresceu 1 gigawatt (GW) por mês no último trimestre, ultrapassando, em 19 de agosto de 2022, a marca dos 18 GW. Recorde histórico.
Comparativamente, 1 gigawatt é capaz de atender o consumo de 2 milhões de brasileiros, isto é, cerca de 500.000 residências. O que não é nada mal.
Como resultado, a energia solar aumentou a sua cota na matriz elétrica brasileira para 8,5% e consolidou-se como a terceira fonte de energia no país. Ficando atrás das centrais hidroelétricas e eólicas.
Somando a capacidade instalada das grandes centrais e da Geração Própria de energia, a fonte solar está à frente das centrais termelétricas.
Esta conquista deve ser motivo de muita comemoração e de esperança para nosso país, pois é um marco muito importante na história das fontes renováveis no Brasil.
Essa marca histórica foi alcançada com a criação de grandes usinas para concessão (a Geração Centralizada). Somados aos sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos, a chamada Geração Distribuída (DG). Segundo o mapeamento de Absolar, de janeiro a agosto deste ano o aumento foi de 38,4%, saltando de 13 GW para 18 GW.
A partir de 2012, fonte solar trouxe ao Brasil investimentos de R$ 93,7 bilhões e receitas de R$ 25,4 bilhões aos cofres públicos. Criaram-se mais de 540 mil postos de trabalho no país.
Além disso, as Usinas solares de grande escala produzem eletricidade a custos até 10 vezes inferiores aos das centrais elétricas que utilizam combustíveis fósseis ou eletricidade importada de territórios vizinhos.
Para além dos ganhos econômicos e sociais, o setor brasileiro de energia solar já conseguiu evitar a emissão de 26,5 milhões de toneladas de CO2 na produção de eletricidade, segundo a ABSOLAR. O que é muito importante, dado o cenário onde os investimentos em infra instrutoras energéticas e tecnologias de energia limpa são parte das metas estabelecidas pelas Nações Unidas a serem alcançados até 2030.
O Brasil tem uma geração predominantemente hidráulica. Esta característica da matriz energética torna o Brasil uma das nações com a maior geração de energia renovável do planeta. No entanto, este tipo de geração encontra limitações de crescimento relacionadas a questões ambientais que envolvem as grandes áreas inundadas. Assim como, limitações quanto à dependência de chuva durante o ano.
A fonte solar ajuda a diversificar o fornecimento de eletricidade no território, além disso, reduz a pressão sobre os recursos hídricos e o perigo de novos aumentos.
Se buscarmos em nossa memória recente, iremos nos deparar com a crise hídrica que o Brasil enfrentou em 2021. Veremos que a diversificação da matriz energética, além de benéfica para a economia, assim como, um projeto de saúde pública e segurança nacional.
Atualmente, o Brasil possui mais de 5,6 GW de capacidade instalada em centrais solares de grande porte e mais de 12,4 GW de capacidade instalada de auto geração.
Felizmente, a energia solar está ficando mais acessível e ganhando escala em camadas sociais mais baixas da sociedade. Até recentemente, a energia solar era vista como algo apenas para os ricos. Atualmente, a instalação de um sistema fotovoltaico em uma residência é um investimento de médio prazo, que irá se pagar num prazo médio de 5 anos.
Da mesma forma, os elevados custos da eletricidade também contribuem para a expansão da energia solar.
As expectativas são grandes para o setor, uma vez que a demanda energética do Brasil continuará aumentando nos próximos anos, devido ao crescimento do país. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia de 2022, em 2021 foi identificada uma progressão de 4,2% no consumo de eletricidade no território. Com isto, a necessidade de fontes alternativas de geração de energia terá papel fundamental, trazendo grandes oportunidades para o setor da energia solar.
A energia solar no Brasil tem um enorme potencial de crescimento ao longo dos próximos 30 anos. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, estima-se que até 2050, a geração fotovoltaica poderá ultrapassar 100 GW, e representar até 30% da capacidade instalada no território.
Chama atenção para o aumento de investimentos no setor de energia solar por parte do Governo federal. Além disso, já existem Estados e Municípios que estão implementando políticas públicas que determinam a obrigatoriedade de novos edifícios públicos a utilizarem energia fotovoltaica.
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