Biofertilizante ou Chorume?

13 de novembro de 2017
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Biofertilizante ou chorume

Quando falamos em compostagem, em especial compostagem doméstica, costumam surgir algumas confusões conceituais que podem desencadear em equívocos com consequências danosas ao processo. Uma das missões do blog Compostchêira é esclarecer alguns conceitos para evitar ao máximo os equívocos. Vamos falar um pouco sobre a diferença entre Chorume e Biofertilizante.

O kit Compostchêira possui, em geral, 3 caixas, sendo duas (a de cima e a do meio) para acondicionar as minhocas e a matéria orgânica que será decomposta e uma (a de baixo, com torneirinha) para acumular o líquido que é liberado pela matéria orgânica no processo de decomposição. Algumas pessoas, até mesmo entendidos na área, costumam chamar esse líquido de Chorume, um triste equívoco conceitual que pode provocar repulsa ou resistência em algumas pessoas que desejam fazer compostagem doméstica.

Uma Compostchêira na minha vida!!

O que é Chorume?

O conceito ‘Chorume’ está atrelado ao líquido que escorre nos locais de descarte dos resíduos sólidos ou até mesmo nos caminhões dos departamentos de coleta de resíduos. O Chorume por vezes é chamado de ‘líquido percolado’ ou ‘lixiviado’. Possui cheiro muito desagradável e é altamente tóxico, podendo ser 200 vezes mais tóxico que o esgoto doméstico. A chuva que atinge os lixões, aterros controlados e aterros sanitários (iremos ver a diferença entre eles numa próxima publicação) acaba dissolvendo substâncias presentes nesses locais e carregando até rios, lagos, regatos e até mesmo chegando ao lençol freático, o que em todos os casos desencadeia na contaminação do solo e da água.

Leia também:

Recursos Hídricos: Impacto nos Alimentos e Resíduos Orgânicos

Mas, por que é tão tóxico?

O que ocorre é que, além disso, os compostos orgânicos naturais e artificiais presentes nos lixões – animais em decomposição, restos de alimento, papel higiênico, bituca de cigarro, fraudas descartáveis, absorventes íntimos, preservativos, cotonetes e esponjas – há também matérias inorgânicas tais como os metais pesados: Arsênico, Cádmio, Cromo, Cobalto, Cobre, Chumbo, Mercúrio etc. Essas substâncias não são biodegradáveis, ou seja, elas não servem de substrato para microorganismos e, portanto, acabam acumulando no solo, água, plantas e animais. Consequentemente, O acumulo de alguns desses metais nos mamíferos pode gerar inúmeras doenças como:

  • Em primeiro lugar, problemas nos sistemas respiratório,
  • Em segundo lugar, cardiovascular,
  • Posteriormente, no sistema nervoso e,
  • Além disso, câncer.
Tanque de tratamento de chorume do Aterro Sanitário de Goiânia. Foto: Instituto Brookfield
Fonte: http://www.ambientelegal.com.br/lixo-e-chorume/

Qual a diferença?

“O chorume é considerado uma das substâncias mais nocivas que se conhece”. “Contudo, o plutônio e a dioxina, o chorume constitui uma das três mais perigosas substâncias do mundo moderno. Retenha-se que o fluído chega a ser 200 vezes mais destrutivo do que o esgoto.” (Fonte: “Recursos Hídricos: Impactos da Produção dos Alimentos e dos Resíduos Orgânicos” – Maurício Waldman)

Já o Biofertilizante (Biochorume, chorume orgânico ou húmus líquido, como às vezes é chamado) que se origina da compostagem doméstica, além de ser fruto de uma seleção criteriosa de matérias orgânicas – visto que, não é toda matéria orgânica que deve ser colocada na composteira doméstica – também não sofre com o contato direto de metais pesados presentes nos locais de descarte dos resíduos.

Principalmente, acaba gerando um composto líquido extremamente nutritivo para o solo e para as plantas, também servindo como repelente de alguns insetos e parasitas que causam danos às plantas.

Fonte: Autores

 

 

 

Biofertilizante sendo coloca no regador
Fonte: https://i.ytimg.com/vi/bGackiVsDVs/hqdefault.jpg

CONTUDO, NÃO esqueça de diluir o biofertilizante coletado em água na proporção de 1/5 a 1/10. Além disso, ele pode substituir agrotóxicos e fertilizantes sintetizados quimicamente.

Melhora substancialmente a qualidade dos alimentos, além de evitar a contaminação do solo e das águas.

 

 

 

Autores:

Rafael Holsback – Professor de Filosofia e Mestre em Educação

Márcia Gomes – Arquiteta e Urbanista

Fontes:

“Recursos Hídricos: Impactos da Produção dos Alimentos e dos Resíduos Orgânicos” – Maurício Waldman

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