Compostagem Doméstica

A Fuga das Minhocas – Um livro cultivado no herbário

Forte e comilona, é uma trabalhadora incansável. Não tem dentes, nem mãos, mas cava galerias imensas e é capaz de remover terra em quantidade até 60 vezes o próprio peso! Estamos falando das minhocas, um dos seres mais importantes em ação no ciclo do alimento.

Dos mais antigos seres:Há registos fósseis com cerca de 500 milhões de anos.

Os Sumérios sabiam de seus benefícios para a terra; e os Egípcios rendiam um culto religioso a ela, por promover fertilidade ao solo. Por isso eram chamadas de “intestino da terra” por Aristóteles, foi elogiada por Charles Darwin: “É pouco provável que algum animal tenha desempenhado um papel tão importante na história do nosso planeta como o destas pequenas criaturas.”

Benefícios das minhocas para o solo

Sua presença deixa o solo mais arejado, solto e leve. Melhora fisicamente sua estrutura e, quimicamente, sua composição, ao enriquecer a terra com seus dejetos.

Além disso tudo, é a protagonista de A Fuga das Minhocas,livro para crianças em que uma destemida minhoca, Ana Beatriz de Sousa e Sousa, comanda uma busca pela “terra prometida”. Ao longo do livro, ilustrado por Orlando Pedroso, a turma conhece desde um lixão até uma fazenda agroecológica.

Na sequencia da história, o complemento As operárias da terra, explica como os resíduos orgânicos se tornam nutrientes para pequenos animais e, então serem decompostos, para o solo.

Quando nasce uma Obra

A ideia de escrever essa história nasceu quando eu era voluntária em um herbário, o Sabor de Fazenda, em São Paulo. Na época, tinha uns composteiros(composteira) improvisados na cobertura do apartamento e planejava mudar para um sítio. Ao preparar a mudança, ofereci todo o composto para a dona do herbário, que aceitou de bom grado, pois as minhocas de lá haviam fugido! Intrigada com a notícia, imaginei que aventura elas viveriam fora da proteção do herbário e assim escrevi o livro, que teve o título inspirado no desenho A Fuga das Galinhas.

Desde que publicamos (a primeira edição é de 2011), adoro visitar escolas e conversar com crianças e jovens sobre consumo consciente, compostagem, sustentabilidade, assim como sobre as minhocas.

O tema encanta de tal forma que, na segunda edição do livro, incluímos uma entrevista com a consultora do livro, Gerusa Pauli KistSteffen, engenheira agrônoma, pesquisadora em Microbiologia Agrícola. De forma simples e direta, explica a fisiologia e o comportamento desse pequeno grande animal.

Gerusa coordena a Caravana da Vermicompostagem, levando nosso livro para escolas municipais em Santa Maria (RS), e recebe no Minhocário Solo Vivo, no Centro de Diagnóstico e Pesquisa Florestal da Seapi (CEFLOR), todos aqueles interessados em reciclar os resíduos orgânicos. Por fim, o visitante pode levar para casa matrizes de minhocas e começar sua compostagem!

Contudo, leia um trecho de A Fuga das Minhocas:

– Mas o que aconteceu com os rios e com a terra? – indagou a minhoca.

– Para a cidade crescer, quase todos os rios e riachos foram canalizados, passando por baixo de prédios, ruas e avenidas. Sem luz do sol, quase sem ar e sem espaço para ganhar volume em época de chuva. Dá para perceber que essa mudança no curso dos rios é uma das responsáveis pelas enchentes na cidade. Quanto à terra, não é preciso voar alto para ver a imensidão do asfalto. E onde tem asfalto não tem terra. Sem terra, nada de árvore, flor, bicho…

 

Ilustrações: capa e páginas de A Fuga das Minhocas,livro ilustrado por Orlando Pedroso

facebook.com/fugadasminhocas

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Dados do autor

Raquel Ribeiro, jornalista e escritora. Nasci em Juiz de Fora (MG) e moro há oito anos em Floripa. Em 2006, elaborei o Guia de Compostagem Caseira. Adotei a causa e trabalho desde então na divulgação de informações sobre compostagem. Em 2011, lancei o livro infanto-juvenil A Fuga das Minhocas, principalmente, para alertar as crianças do problema do consumo desenfreado e da geração de resíduos. E motivar o leitor a conhecer a compostagem, entender o ciclo do alimento, ajudar a cuidar do solo e acima de tudo, a criar um vínculo de responsabilidade pelos resíduos que produz.

A fuga das minhocas-Raquel visita Escola do Parque em Floripa

 

Além disso você encontra mais informações sobre a autora em:

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