Como surgiu a idéia do Guia. Antes de tudo, em 2003 conheci o projeto Lixo Mínimo do Bühler, em Visconde de Mauá (MG), um hotel pioneiro na separação de todos os resíduos. Fiquei impressionada com a organização de cada material reciclável, com a criatividade em dar fim aos rejeitos (cortando e escondendo,por exemplo,sapatos velhos dentro de bloco para construção); e, especialmente, interessada nos modelos de composteiras. No jardim havia alguns de barro, verdadeiras obras de arte. E, perto da horta, uns de alvenaria e outro feito com anéis de concreto interligados.
Inspirada no Bühler, comecei a fazer compostagem no nosso apartamento, em São Paulo. Gostava de plantar e tinha muitos vasos na cobertura; improvisei com alguns vazios: colocava terra, bem como, resíduos e podas, tomando conta para não ficarem secos ou molhados demais. Deu tão certo que resolvi incentivar outras pessoas a darem destino nobre ao que ainda se chama “lixo”. Enfim, tentando explicar o processo em um almoço de família, percebi que “precisava desenhar”! As pessoas mal separam as garrafas de vidro e latinhas… Contudo, lançamos, em 2006, a 1a edição do Guia de Compostagem Caseira;nessa época já estava morando em um sítio, onde construímos uma bela composteira. O livreto foi doado e esteve a venda até esgotar a tiragem de 2000 exemplares. Finalmente, na 2a edição, em 2011, o guia teve sua ampliação e a tiragem chegou a 6000.
Didático e simples, o guia traz respostas objetivas para as dúvidas mais comuns sobre a compostagem, sobretudo, apresenta exemplos ilustrados de diversos tipos de composteiras. O objetivo é mostrar que ajudar a natureza a transformar restos orgânicos em húmus – um rico alimento para o solo – é simples.
A gigantesca produção de lixo, em que reciclável e orgânico são misturados, provoca terrível impacto ambiental e social. Se a separação e reciclagem funcionar, boa parte se resolve. Mas o maior problema é o descarte incorreto do chamado lixo doméstico, composto de restos de alimentos que, ao se misturar e compactar com embalagens e outros materiais descartados, geram gases e chorume, poluindo a terra, o ar e o lençol freático.
O destino do resíduo orgânico deve ser a compostagem, onde o ciclo do alimento se completa: com o tempo, todo o material é decomposto, se reduzindo naturalmente em húmus, rico em nutrientes para o solo.Este adubo é essencial, visto que a camada de solo fértil no planeta está sendo comprometida pelo mau uso.
Além disso, o documentário Dirt! The movie expõe as feridas abertas e nos desperta para a ação: “O destino do solo e dos humanos está intimamente ligado”; Terra devastada não produz alimento. No entanto, outro documentário excelente é Kiss the Ground, que mostra como a “agricultura regenerativa”, voltada para a recuperação de solos degradados,é um importante passo para combater os danos das mudanças climáticas.
Quais benefícios?
O Guia de Compostagem Caseira é simples, objetivo e prático. Todos tem o convite para imprimir, copiar, repassar, publicar em outros sites e blogs: por fim, queremos sua divulgação e que mais gente aprenda a cuidar dos próprios resíduos. E, quem sabe, repensar os hábitos de consumo, ampliando a conscientização ecológica e reduzindo o desperdício. O PDF do guia está em vários sites, como:
http://pt.scribd.com/doc/123431101/Guia-de-Compostagem
Links:
hotelbuhler.com.br/projeto-lixo-minimo
dirtthemovie.org
kissthegroundmovie.com
Ilustrações: capa e páginas do Guia de Compostagem Caseira produzidas por Jean Pierre Verdaguer.
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