Tenho conversado com muitas pessoas e costumo ouvir a seguinte frase: “torço pra que essa pandemia passe logo e volte tudo ao normal” … nessa frase identifico dois desejos: o que tudo passe logo e o que tudo volte ao normal. Obviamente, sou do time que torce para que tudo isso passe logo. Mas, a pergunta que me faço é: “Será que tudo irá ‘voltar ao normal’? Será que o design do mundo não será mais o mesmo depois do Corona?
A pandemia do COVID-19 trouxe várias mudanças no ambiente/mercado de trabalho, nas instituições de ensino, planos de saúde, compras … Já era esperado que o avanço tecnológico criasse mudanças significativas nesses setores da atividade humana, no entanto, o atual cenário parece ter acelerado o que já era inevitável. Há grande possibilidade de tendências como o ‘trabalho Home Office’ e ‘aulas online’ terem chegado para ficar, pois a transformação remota virou o nosso novo normal. Reuniões de serviço e orientações de trabalhos de pesquisa, por exemplo, já estão ocorrendo e parecem ser um design irreversível. (até mesmo consultas médicas, seções de análise, …)
Mas, e o design do nosso lar? E o nosso lazer? Será que a pandemia pode trazer novas tendências?
A resposta com maior probabilidade de acerto é: SIM! o design arquitetônico de nossos lares está passando por modificações MUITO significativas, assim como nossas ideias de lazer e bem estar.
Vamos montar um raciocínio simples: Se as compras, consultas médicas, nosso trabalho e as instituições de ensino de nossos filhos e de ensino técnico e superior, de fato, ingressarem definitivamente na tendência da transformação remota, a pergunta que fica é: de onde estaremos efetuando TODAS essas atividades?
Outra pergunta é: e se essa transformação remota trouxer – como é esperado – um ganho significativo em horas – que antes eram “desperdiçadas” no deslocamento para nossas atividades cotidianas – o que iremos fazer com esse “tempo extra”?
Avaliando melhor o tempo, as famílias percebem a necessidade de ambientes mais acolhedores, que promovam o bem-estar físico e emocional nos locais de convívio. Detalhes antes não percebidos com a correria do dia a dia, como a falta de elementos da natureza, iluminação, cores e texturas que trazem benefícios ao corpo e a mente são os pontos mais buscados para estes espaços. Estudos mostram que a adição de elementos da natureza, conhecido como Design biofílico, ao interior dos ambientes pode reduzir o estresse, a pressão arterial e os batimentos cardíacos, além de aumentar a produtividade, criatividade e o bem-estar.
O termo Biofilia significa, literalmente, “amor à vida”. Foi um termo cunhado por Erich Fromm, psicólogo e filósofo, em 1964. No entanto, o termo começou a ser amplamente difundido pelo biólogo Edward O. Wilson em 1984, quando lançou o livro com o nome Biofilia para explicar a afinidade inata dos seres humanos pelo mundo natural e a grandiosidade desta conexão.
Pensando nesta conexão, os Arquitetos e Designers de interiores estão atentando em seus projetos para acrescentar texturas, cores e materiais que remetam a natureza. Exemplos como a utilização de madeiras, pedras, hortas verticais, vasos de plantas, estão ganhando espaço nos projetos de interiores.
A forte tendência do Design Biofílico no paisagismo trouxe para as residências a tão desejada horta, pois além de funcionar como item decorativo, proporciona uma alimentação mais saudável com a vantagem de ter tudo fresco à sua disposição sem ocupar muito espaço. Sejam elas verticais ou horizontais estão prontas para nos fornecer alimentos e beleza, além ser uma terapia que pode ser compartilhada com a família e amigos.
O fato de as pessoas começarem a executar grande parte de suas atividades diárias sem sair de casa acabou impactando diretamente no aumento da geração de resíduos nos lares, especialmente, os resíduos orgânicos. Isso se deve, evidentemente, pela mudança na rotina alimentar das famílias. Agora, famílias inteiras que faziam suas refeições em restaurantes, começam a fazer suas refeições em casa, o que, naturalmente, aumenta a geração de resíduos orgânicos.
https://compostcheira.eco.br/iptu/
Não há dúvidas que a escolha mais acertada para tratamento dos resíduos orgânicos é a prática da Compostagem Doméstica. Uma técnica simples e segura que pode ser executada até mesmo em pequenos apartamentos.
Assim como a pandemia proporcionou mudanças em inúmeras atividades humanas, a prática da Compostagem Doméstica também foi impactada. Tamanhos de composteiras que atendiam perfeitamente uma quantidade x de pessoas, passaram a ficar pequenas. Isso, obviamente, se deve à nova rotina alimentar que muitas pessoas passaram a adotar, cozinhando e fazendo lanches em casa.
Por exemplo, claro são as Composteiras Domésticas P e P4 que a Compostchêira fornecia para atender, respectivamente, 1 e 2 pessoas. Eram composteiras que possuíam caixas digestoras de 15 litros. Em suma, com as mudanças referidas, já não atendem a geração de resíduos, nem mesmo de 1 pessoa. Lembrando que, o tamanho da composteira doméstica é um dos fatores principais para o sucesso no processo de compostagem:
Quanto maior a Composteira, melhor!
Isso porque, ao encher as caixas digestoras (as caixas que colocamos os resíduos orgânicos) muito rápido (menos de 60 dias), o processo de transformação dos resíduos em húmus não ocorrerá da forma esperada.
Por isso, a alternativa encontrada foi modificar a indicação da Composteira Doméstica M para atender de uma (1) a três (3) pessoas. Assim, certamente as Minhocas Californianas terão tempo para transformar os resíduos orgânicos em húmus no prazo de até 60 dias.
Logo a Pandemia vai passar, lembranças, tristezas e mudanças irão deixar, mas que com tudo isso possamos olhar pra dentro e nos escutar, as respostas estão em nós.
Mude, cresça e aprenda!!
Autores:
Márcia Helena Lemos Gomes é formada em Arquitetura e Urbanismo
Rafael da Silva Holsback é formado em Licenciatura em Filosofia
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